Você acompanha os indicadores financeiros da sua empresa? Eles são extremamente importantes para garantir a saúde financeira do seu negócio a longo prazo.
A falta de uma visão compreensiva dos números da sua empresa deixa a gestão vulnerável a tomar decisões potencialmente negativas para o seu crescimento.
Quer saber quais são os principais indicadores financeiros para pequenas empresas?
Continue lendo e descubra!
O que são indicadores financeiros?
Os indicadores financeiros são métricas que auxiliam na hora de acompanhar a saúde financeira da empresa. Assim, ao acompanhar esses números é possível compreender os resultados em diferentes períodos, gerando insights sobre o crescimento do negócio.
Essa referência é importante para avaliar o impacto das decisões no desenvolvimento financeiro da empresa e, principalmente, identificar os pontos que estão drenando o caixa! Os indicadores também podem ser chamados de KPIs, key perfomance indicators ou indicadores-chave de desempenho em português.
“Indicadores significa exatamente o que a palavra diz: ele indica a dor. Porque através do estabelecimento de parâmetros você consegue avaliar os problemas do negócio e, a partir dessa análise, realizar os ajustes necessários.”
Will Brandão – CEO da Valoreasy
Em suma, os indicadores funcionam como uma bússola para analisar a performance da organização e encontrar o caminho mais lucrativo para a sua empresa.
O mais importante: esses números ajudam a identificar as ações que trazem os resultados para a empresa e que são sentidos diretamente no bolso do empresário.
Certamente você já ouviu falar de margem de lucro e ticket médio, neste texto, nos aprofundaremos em 12 KPIs que você deve ficar sempre de olho!
Mas antes, vamos entender mais como os tipos de indicadores que existem.
As 5 categorias de indicadores financeiros
Existem 5 categorias dos principais indicadores financeiros que são utilizados pelas empresas. Confira abaixo:
- Indicadores de liquidez
Esses indicadores levam em consideração os dados do ativo e passivo circulante da empresa com o objetivo de verificar a solvência (capacidade de pagar o que deve) da mesma.
Assim, alcançar um alto grau de liquidez, é o mesmo que dizer que a empresa será capaz de cumprir com suas obrigações.
- Indicadores de estrutura de capital
Esses indicadores demonstram a capacidade da empresa de lidar com o seu nível de endividamento, demonstrando a quantidade de capital de terceiros; a geração de capital para pagar dívidas e a sustentabilidade do negócio.
- Indicadores de lucratividade e rentabilidade
Esses índices existem para ajudar a mensurar o lucro da empresa em relação às suas dívidas e patrimônio. Em suma, é uma avaliação do desempenho econômico da empresa, identificando se está havendo retorno satisfatório sobre o capital empregado.
- Indicadores de valor de mercado
Os indicadores de valor de mercado estão intimamente ligados à percepção do sucesso do negócio, tendo impacto direto no valor de suas ações (no caso de empresas com capital aberto na bolsa de valores).
Diversos outros indicadores afetam o valor de mercado da empresa diretamente como a lucratividade, o retorno gerado, o potencial de crescimento etc.
- Indicadores de atividade
Aqui, o foco está na avaliação das várias etapas do ciclo de uma empresa, avaliando o período de conversão em vendas, em outras palavras o ciclo operacional.
Colocando em outras palavras, a empresa financia o ciclo operacional até o dia de recebimento de seus clientes.
Métricas de vaidade
Dentro das categorias, existem inúmeros indicadores financeiros, mais à frente falaremos sobre eles, agora, compreenda o que são as métricas de vaidade e descubra como fugir delas.
Em alguns cenários, algumas métricas acompanhadas não ajudam a tomar decisão e não estão alinhadas com os objetivos da empresa, contudo, vê-las crescer traz uma falsa sensação de sucesso.
Digamos que a sua empresa invista bastante em redes sociais e esteja realmente gerando diversos likes e compartilhamentos, contudo, isso não tem impacto sobre número de novos clientes gerados pela estratégia de comunicação.
Sendo assim, mesmo que esteja apresentando resultados positivos, eles não estão ligados diretamente aos objetivos da empresa (lucratividade). Dessa forma, é algo que precisaria ser revisto.
A moral da história é: tenha ciência do que agrega positivamente para os objetivos específicos e para o crescimento da empresa. Dessa forma, os recursos humanos e materiais podem ser mais bem alocados dentro dos projetos que ajudarão sua empresa a bater as metas desejadas.
Por que usar indicadores financeiros?
Depois de compreender o que são os indicadores financeiros, não é difícil entender a sua importância.
Eles funcionam como base para a tomada de decisão, já que demonstram as possibilidades financeiras para novos projetos ou mesmo a necessidade de injeção de capital.
A partir dessas informações, é possível ter uma visão global das estratégias adotadas e questionar até mesmo se o plano de negócio está adequado ao mercado.
Isso é particularmente importante para pequenas empresas, uma vez que normalmente tem uma situação financeira mais delicada, sendo necessário acompanhar o caixa constantemente.
Ademais, após acompanhar os indicadores por algum tempo, é possível realizar previsões mais confiáveis, aumentando a confiança dos gestores em tomar decisões com efeitos de médio e longo prazo.
Da mesma forma, é possível ter uma visão clara dos pontos críticos e que dificultam a alavancagem do negócio. Tudo isso é necessário para traçar a melhor estratégia para a administração dos recursos, criando uma rotina de melhoria contínua.
Quer saber mais sobre indicadores financeiros para pequena empresa? Não deixe de conferir o podcast do nosso CEO , William Brandão, no Spotify ou YouTube!
12 indicadores financeiros para acompanhar o desempenho de sua empresa
Falaremos agora sobre os principais indicadores financeiros para os empresários que desejam ter mais controle sobre as finanças do seu negócio.
Confira agora quais são esses KPIs e identifique aqueles que fazem mais sentido para a sua empresa.
1) Capital de Giro Líquido (CGL)
O capital de giro líquido é um indicador importantíssimo para pequenas empresas, uma vez que demonstra a folga financeira.
Ela avalia a liquidez que a organização tem para funcionar naquele momento, ou seja, representa o ativo circulante menos o passivo circulante. Ele é importante porque dá uma visão mais clara do estado financeiro da empresa do que o capital de giro comum.
Afinal de contas, parte desse capital já está comprometido com o pagamento de contas por vencer.
A fórmula do capital de giro líquido é a seguinte:
CGL = Ativos Circulantes – Passivo Circulante
Em síntese, digamos que a empresa tenha um ativo circulante de R$ 10.000 e o passivo circulante soma R$ 8.000. Isto significa que ela tem de saldo R$ 2.000 que podem ser investidos ou guardados.
2) EBITDA
EBITDA (Earning Before Interests, Taxes, Depreciation and Amortization) ou LAJIR (Lucro Antes de Juros e Imposto de Renda) indica a geração de caixa total antes de pagamento de tributos.
O EBITDA é particularmente útil para avaliar o desempenho de empresas endividadas. Isso porque o débito pode estar mascarando o potencial de lucratividade.
Vale a pena ressaltar que o cálculo do EBITDA somente leva em consideração o lucro obtido da operação e saldos de investimento, os de outras fontes não devem entrar na conta.
EBITDA = Lucro Operacional Líquido + Depreciação + Amortização
3) Giro de Caixa (GC)
O Giro de Caixa representa quantos ciclos o caixa de uma empresa tem por ano. Informando o ciclo do capital na manutenção de estoques e venda de produtos.
Dessa forma, este é um indicador bastante útil para varejistas e negócios semelhantes, uma vez que informam de forma análoga a qualidade da gestão.
Logo, quanto maior o resultado do GC, mais sólido é o negócio.
Para calcular esse índice, primeiro deve-se calcular o Ciclo Financeiro (CCC).
CCC = Prazo médio de estoque + prazo médio para receber vendas – prazo médio para pagar fornecedores
Em seguida, aplica-se nesta fórmula.
GC = Dias do ano (365) ÷ CCC
4) Índice de Cobertura de Juros (ICJ)
Esse índice serve para avaliar a capacidade de pagar uma dívida de acordo com a lucratividade do negócio. Um banco, por exemplo, pode utilizar esse indicador em uma análise de crédito.
A fórmula do ICJ:
ICJ = EBITDA ÷ Despesas com juros
5) Índice de Endividamento Geral (EG)
O índice de endividamento geral demonstra quanto dos ativos da empresa estão financiando o capital de terceiros. Para calcular esse valor, deve-se levar em consideração passivos de curto e longo prazo na seguinte fórmula:
EG = (capital de terceiros ÷ ativos) x 100
Assim, o resultado é dado em porcentagem e quanto menor for o índice, maior é a capacidade de a empresa de pagar suas dívidas e se manter.
Portanto, um alto índice implica que ela precisa da injeção de capital de terceiros com regularidade.
6) Índice de Liquidez corrente (ILC)
Aqui é demonstrado o valor a receber no curto prazo, considerando o pagamento das obrigações no período avaliado.
ILC = Ativo Circulante ÷ Passivo Circulante
Se o resultado for maior que 1, implica que o negócio tem capacidade de cumprir com suas obrigações a curto prazo. Se for menor que 1 não há capital suficiente para cobrir todas as despesas.
7) Índice de Liquidez Seco (ILS)
Este índice é muito semelhante ao anterior, contudo, não leva em consideração os estoques da empresa. Ele é utilizado justamente para identificar a influência dos estoques na liquidez da empresa.
Este indicador, ajuda, também a entender os valores que a empresa dispõe para pagar suas despesas, mesmo que não consiga vender nada de seu estoque.
ILS = Ativo Circulante Líquido ÷ Passivo Circulante
Um valor muito baixo, pode implicar um volume de estoques elevado.
8) Margem líquida
Esse índice serve para avaliar o lucro líquido após cada venda, servindo para indicar o impacto das taxas e custos operacionais em cada venda.
Margem Líquida = (Lucro Líquido ÷ Receita Líquida) x 100
9) Margem operacional
O propósito deste indicador é dar insight a respeito da eficiência operacional de uma empresa. Para isso, utiliza-se o lucro operacional na seguinte fórmula:
Margem Operacional = Lucro Operacional ÷ Receita Líquida
Dessa forma, o resultado implica na quantidade das vendas brutas que são convertidas em lucro operacional.
10) Participação de Capital de Terceiros
Esse indicador financeiro está diretamente ligado à dependência do seu negócio da injeção de recursos externos. Em síntese, ele demonstra a situação financeira da empresa, indicando também a sustentabilidade do negócio.
Participação de Capital de Terceiros = (Passivo Circulante + Passivo Não Circulante) ÷ Patrimônio Líquido
Quanto maior for o resultado, maior é a necessidade da inserção de capital que a sua empresa tem.
11) Retorno Sobre o Ativo (ROA)
O Retorno Sobre o Ativo analisa se a empresa está fazendo bom uso de seus ativos, procurando maximizar os resultados. Os ativos são todos os investimentos que a empresa realiza e que geram algum tipo de lucro.
ROA = (Lucro Operacional ÷ Ativo Total Médio) x 100
Um valor baixo quer dizer que a empresa está investindo em projetos pouco rentáveis. Assim, é possível analisar as melhores oportunidades.
Eventualmente, é possível tomar como referência a taxa Selic para compreender o que seria um valor abaixo da média.
12) Retorno Sobre o Investimento (ROI)
O ROI é um dos indicadores financeiros mais utilizados para indicar o sucesso de um empreendimento, auxiliando bastante na tomada de decisão e gestão de metas.
ROI = (Lucro – Investimento Inicial) ÷ Investimento Inicial x 100
Este indicador mostra o resultado financeiro de um investimento feito pela empresa. Dessa forma, é possível obter em porcentagem o lucro obtido a partir de determinado investimento realizado.
Comece agora a utilizar indicadores financeiros
Os indicadores financeiros funcionam como um norte para a gestão da pequena empresa. Dando maior clareza sobre as potenciais dores que precisam ser corrigidas a fim de alcançar os resultados esperados.
Existem inúmeros indicadores financeiros que sua empresa pode utilizar, demonstramos acima os 12 mais comuns para que você os conheça e compreenda a importância de acompanhar regularmente os insights trazidos pelos mesmos.
Nem todos eles são relevantes para todas as empresas e também dependerá dos objetivos que deseja alcançar.
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