Encontrar alternativas para reduzir gastos durante a pandemia do coronavírus é fundamental para a maioria das empresas. Muitos setores, principalmente os de prestação de serviços foram duramente impactados, com redução significativa de suas receitas. Por isso, em muitos casos, cortar gastos é a única solução para a sobrevivência.
O grande problema é que as vendas e o faturamento diminuíram, mas algumas despesas e custos continuaram os mesmos do período anterior à pandemia, principalmente os gastos fixos. Por isso, se a empresa não tomar medidas para reduzir esses gastos, pode ter um crescimento exponencial de dívidas, que podem destruir o negócio.
A redução das receitas, no caso da pandemia, é um fenômeno com causas externas à empresa. Ou seja, é algo que foge do controle do empreendedor. Mas a redução dos gastos, pelo menos da maioria deles, depende da tomada de decisões dos empresários.
Nesse artigo vamos apontar cinco alternativas que algumas empresas encontraram para reduzir gastos durante a pandemia e que, dependendo das circunstâncias, você também pode aplicar em seu negócio.
1. Suspensão ou redução de contratos de trabalho
As empresas podem suspender temporariamente os contratos de trabalho ou reduzir o salário e a jornada (em 25%, 50% ou 70%) para diminuir os gastos com folha de pagamento durante esse período de menor demanda de serviços.
Essas medidas são possíveis graças ao Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda do governo. Através dele, a empresa deixa de pagar o valor total ou parcial dos salários dos funcionários e, no lugar disso, o governo é quem passa a pagar para o trabalhador.
No caso da suspensão de contrato, o trabalhador recebe do governo o valor do salário mínimo. Já no caso da redução de jornada, o valor é calculado com base no seguro desemprego aplicado ao percentual da redução.
Por outro lado, como contrapartida, a empresa precisa manter o emprego do funcionário, quando concluída a suspensão do contrato ou redução de jornada, pela mesma quantidade de meses de duração desse “benefício”.
2. Adiamento de pagamento de tributos
O governo lançou outras medidas para minimizar os gastos das empresas nesse período de pandemia. O pagamento de alguns impostos e contribuições, por exemplo, deixaram de ser obrigatórios nesse período e podem ser adiados sem a cobrança de multas ou encargos de atraso.
O recolhimento do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) dos funcionários pode ser suspenso por 4 meses e pagos depois desse período sem cobrança de multa e encargos.
Os pagamentos de valores referentes ao Simples Nacional também podem ser feitos em um prazo maior e de forma parcelada. Os valores com vencimentos em abril podem ser pagos em duas quotas em julho e agosto. Já os valores com vencimentos em maio, podem ser pagos em setembro e outubro. E os valores com vencimentos em junho, podem ser pagos em novembro e dezembro.
Além disso, empresas afetadas pela pandemia podem renegociar os impostos já atrasados (vencimentos entre março e dezembro de 2020) com até 70% de desconto e pagamentos parcelados. Mas para conseguir o benefício, a dívida deve ser inscrita na Dívida Ativa da União até o dia 31 de maio desse ano.
3. Renegociação de contratos de aluguel
O pagamento do aluguel vem sendo um dos maiores problemas das empresas prestadoras de serviço durante a pandemia. A melhor forma de lidar com isso é procurar renegociar os valores do contrato.
Afinal, essa alternativa geralmente é a opção mais vantajosa tanto para os inquilinos como para os proprietários. Como a pandemia é enquadrada como um caso fortuito e de força maior, o Código Civil permite que essas renegociações sejam feitas dentro da lei.
Para dar andamento à renegociação do contrato de aluguel é importante estabelecer um diálogo amigável com o proprietário, sensibilizá-lo para a condição financeira atual da empresa e as dificuldades causadas pelo novo cenário externo. Tudo o que for negociado deve estar registrado, mesmo que sejam mensagens de aplicativos.
No entanto, se não houver uma negociação amigável, a empresa pode apelar para uma alternativa litigiosa. Ela pode optar por fazer uma notificação judicial solicitando a renegociação dos valores para que o ônus financeiro causado por força maior seja compartilhado de forma equilibrada entre a empresa e o proprietário do imóvel.
4. Substituição dos bancos tradicionais por bancos digitais
As mensalidades e taxas cobradas pelos bancos tradicionais podem ser reduzidas ou eliminadas se você migrar a conta corrente da sua empresa para um banco digital.
Enquanto a maioria dos bancos tradicionais cobram taxas para manutenção de conta, anuidade de cartões e tarifas para transferências para outros bancos (DOC ou TED), os bancos digitais oferecem os mesmos serviços gratuitamente.
Isso porque, por serem totalmente digitais e dispensarem estruturas físicas de atendimento, os bancos digitais como Inter, Original e Nubank possuem custo operacional menor e conseguem isentar ou cobrar valores reduzidos de tarifas.
No entanto, a principal desvantagem desses bancos digitais em relação aos bancos tradicionais é a oferta de opções de crédito e investimentos. Como eles são menores e possuem menos recursos, os valores disponíveis para crédito e o portfólio de aplicações são menores se comparados aos bancos tradicionais.
5. Eliminação de desperdícios
Quase todas as empresas tem desperdícios, que são aqueles gastos desnecessários que não agregam nenhum valor para o cliente ou para o negócio. Em época de pandemia, é essencial identifica-los e cortá-los.
Você deve adotar uma política de tolerância zero para desperdícios. Para isso, todos os gastos precisam ser registrados e analisados, usando técnicas de orçamento e controle. É importante questionar se cada um deles são realmente necessários e procurar alternativas com custos menores.
Também é fundamental ter controle dos vencimentos de todas as contas para não pagar multas e encargos de atraso por atraso nos pagamentos.
Essas são algumas das medidas que sua empresa pode tomar para reduzir gastos durante a pandemia e minimizar seus impactos financeiros negativos.
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