Apesar do grande número de opções de investimento no mercado, muitos administradores ainda deixam o dinheiro da sua empresa parado na poupança, ou no pior dos casos, na própria conta corrente. A falta de informação e a indefinição de quando precisará do dinheiro são as principais causas para as empresas não aproveitarem a oportunidade de tirar esse lucro extra.
Separamos quatro tipos de investimentos para a sua empresa que permitem um retorno desde o primeiro dia de aplicação e praticidade para investir ou resgatar.
1- CDB: Certificado de Depósitos Interbancários
Se você já buscou informações sobre investimentos pessoais ou para a sua empresa alguma vez na vida, com certeza, já ouviu falar do CDB com liquidez diária.
Este investimento é uma das modalidades mais populares no país e tem como característica o baixo grau de risco, rendimentos diários e facilidade para contratação e resgate.
O CDB funciona como um financiamento dos correntistas aos bancos. Isto porque quando você efetua uma aplicação neste tipo de investimento, o banco utiliza parte deste valor para emprestar a terceiros e em troca se compromete a te remunerar com juros. A remuneração deste ativo de renda fixa é definida no momento da contratação e pode variar de acordo com o valor e prazo de aplicação, se pré ou pós-fixado e com a necessidade de recursos da instituição no momento.
Em geral, como grandes bancos possuem baixo risco e captam recursos com mais facilidade, a remuneração tende a ser menor que instituições menores. No entanto, a facilidade de aplicação e resgate pelo próprio internet banking em que é correntista facilitam as coisas, especialmente para as empresas que precisam constantemente de capital de giro.
Importante salientar que o CDB é investimento abarcado pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC) até o limite de R$ 250.000,00 por CNPJ e por Instituição. Logo, se sua empresa (não financeira) for credor até este limite em determinado banco e este venha faltar com suas obrigações, seu capital está integralmente segurado.
O imposto e IOF são regressivos e incidem apenas sobre o rendimento, sendo que o IOF é isento após 30 dias de aplicação e o IR inicia com 22,5% se resgatado antes de 180 dias, podendo chegar a 15% após dois anos.
2- Operações Compromissadas
Operações Compromissadas são bem menos populares que os CDBs, mas, na prática, são muito semelhantes. Nas operações compromissadas, o banco oferece um título que está em sua carteira à sua empresa com o compromisso de recompra-lo após um tempo determinado com juros. É como se você estivesse emprestando dinheiro para o banco tendo um título negociado como garantia.
Portanto, a grande vantagem deste investimento consiste em você poder investir em algum título sem ser seu titular e possuir tanto a garantia do próprio título quanto do FGC para valores até R$ 250 mil por CNPJ e por instituição (apenas para títulos emitidos após 8 de março de 2012 por empresa ligada).
Assim como o CDB, a rentabilidade, na maioria dos casos, é atrelada ao CDI e também é definida no momento da compra, podendo ser pré ou pós-fixada.
A tributação obedece os mesmos critérios do CDB.
3- Fundos de Investimentos
Podemos caracterizar os fundos como investimentos compartilhados, ou seja, são ativos que podem ser investidos em conjunto com outras pessoas, possibilitando o ingresso a uma carteira diversificada de ativos financeiros.
Ao aplicar seu dinheiro no fundo, o investidor está transformando seu capital em uma cota, ou seja, adquirindo direitos proporcionais sobre aquele conjunto de ativos. É como se o fundo fosse como um condomínio onde cada condômino é dono de um apartamento (cota) e paga ao síndico para administrar e coordenar as diversas tarefas do condomínio. O síndico, neste caso, é uma instituição financeira capacitada para atuar de acordo com os objetivos dos cotistas e, por isso, cobram taxas de administração.
Existem diversos tipos de fundos, como renda fixa, multimercado, ações e cambiais. No entanto, quando falamos em investimentos para empresas que, normalmente, desejam apenas obter uma renda extra sobre sua reserva financeira, os fundos de renda fixa são ideais, pois, apresentam baixo risco e liquidez diária ou D+1.
Recomendados que antes de realizar qualquer aplicação em fundos, analisar e comparar as lâminas das opções disponíveis no seu banco e se atentar, principalmente, à informações como o grau de risco, taxa de administração e carregamento, carência, liquidez e rentabilidade histórica. Hoje, a maioria dos bancos e corretoras permitem a aplicação dentro da área de investimento de sua própria plataforma de atendimento online.
Em relação a tributação, podemos diferenciá-la entre os fundos de Curto Prazo e Longo Prazo. Nos fundos de Curto Prazo a alíquota para o tempo de permanência até 180 dias é de 22,5% sobre o rendimento e acima de 180 dias é de 20%. Para os fundos de Longo Prazo as regras de alíquotas são as mesmas que as do CDB. Importante ressaltar que, ao contrário dos demais investimentos mencionados, o imposto é recolhido nos últimos dias de maio e novembro de cada ano, independente do resgate, em um sistema chamado come-cotas.
4- Títulos Públicos
O investimento em títulos públicos é bastante usual para pessoas físicas, especialmente, por meio do Tesouro Direto. No entanto, o que poucas pessoas sabem é que é possível as empresas também adquirirem este tipo de ativo para sua carteira através do mercado secundário.
O mercado secundário nada mais é do que uma mesa de operações onde um titular pode negociar um ativo que foi adquirido em algum momento no mercado primário. No caso do mercado secundário de títulos públicos, você pode ter acesso a este ambiente pelo próprio site do seu banco, plataforma online de uma corretora ou telefone direto.
Apesar de pouco utilizado pelas empresas, este tipo de investimento pode ser ideal para quem tem uma reserva acumulada acima de R$ 50 mil e busca rendimentos superiores aos CDBs ofertados pelos bancos e com grande segurança, visto que o credor é o próprio Tesouro Nacional.
Como exemplo, caso você adquira um título público pós-fixado atrelado à Selic, o rendimento será igual ou muito próximo à Selic, enquanto um CDB em um grande banco proporcionará algo em torno de 80% deste rendimento.
Apesar de muito atrativo, alguns detalhes devem ser observados antes de realizar este tipo de investimento, como as taxas cobradas pela instituição, o prazo e tipo do título disponível (se indexado à Selic, ao IPCA ou Pré-Fixado).
Em relação à tributação, este ativo segue as mesmas regras do CDB.
Tabela resumo
Investimento | Risco | Liquidez | Forma de Contratação | Garantido pelo FGC | IR |
CDB | Baixo | Diária | Bancos e Corretoras | Sim | Regressivo |
Títulos Públicos | Baixo | D+2 | Corretoras | Não | Regressivo |
Fundos de Investimento DI | Baixo | Diária ou D+1 | Bancos e Corretoras | Não | Regressivo |
Compromissadas | Baixo | Diária | Bancos | Sim* | Regressivo |
* Apenas para títulos emitidos após 8 de março de 2012 por empresa ligada.